quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A Criatura do Rio








Era um dia de primavera. A chuva caía forte no fim ao entardecer. Era a camuflagem perfeita para dois meninos escaparem dos olhos atentos de sua mãe e correrem pelos fundos da casa rumo a estrada de terra em busca de sua grande aventura.
Ambos não tinham mais de 12 anos e a cabela cheia de contos de ninar de seus pais. O mais velho girava um graveto como se fosse uma espada, enquanto o outro brincava com as folhas e poças no chão. 
Ensopados e com fome, eles resolveram voltar depois de muito andar sem encontrar nada emocionante pra fazer. Mas eles haviam andado muito e atravessaram o rio enquanto ele ainda estava baixo, agora estava alto demais. Resolveram tentar encontrar um ponto mais baixo para atravessar. Tremendo pelo frio vento que abraçava seus corpos, acharam uma trilha. Eles lembram que a certa distância da vila, vivia uma velha senhora que talvez pudesse abrigá-los. Assim embrenharam-se na trilha passando por pequenas ossadas de animais e bonecas de palha penduradas nas árvores. Os dentes batiam mais que tudo quando avistaram a casa de madeira escura.
Na frente da casa, haviam duas lápides com algo escrito, mas nenhum dos meninos sabia ler. E para que se preocupar? A velha senhora com certeza os receberia como netos! A porta estava aberta e dentro da casa estava quente e aconchegante, apesar de escuro. O vento fazia a porta e as janelas baterem e isso trazia um certo clima de medo ao local. Eles se olharam e acharam melhor ir embora, já q velha não estava no local. Mas onde ela poderia estar?
Quando viraram para a porta, o cheiro de cachorro molhado invadiu o lugar, porém não era um cão e sim um lobo! Grande, com presas ressaltadas e olhos amarelos! Os meninos recuaram e tentaram correr mais para dentro da casa. Acharam uma janela em um dos quartos. O mais velho ajudou o mais novo a pular, mas não teve tempo de fazer o mesmo. A criatura arrastou-o para dentro e destrinchou-o enquanto ele gritava! Paralisado pelo medo, o pequeno olhava lá para dentro com lágrimas descendo pelo rosto. Foi quando viu seu irmão levantar translúcido pedindo para que corresse!
Ele começou a correr! Mesmo com as perninhas curtas, conseguiu chegar até o rio e tentou atravessá-lo braçada a braçada, até que seu corpo pesado e congelado aos poucos começou a afundar. Entre uma tentativa e outra de voltar a superfície, ele viu o monstro espreitando na margem. Depois, tudo ficou escuro.
Passada a chuva e com o rio baixo, os pais procuraram as crianças por vários dias. Então, uma velha senhora que vivia a certa distância da vila, chegou trazendo o corpo do mais novo. Ela disse tê-lo achado na margem do rio enquanto buscava lenha. Os pais ficaram em choque, mas conformados com a perda acreditando que o rio havia levado os dois meninos.
Naquela noite a tristeza tomou conta da vila. E em meio a trilha, na frente da casa da velha senhora agora há três lápides.

Por Elissandro Ferreira.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A Lenda de Aidoneus



Estávamos em 845. Um ano que iria entrar para a história dos Crias de Fenris de Baraquias. Há muito estávamos travando batalhas para conquistar essas terras. Contudo, nosso líder, Presa-de-Pedra-Caçador-de-Lobos-Negros veio nessa noite de lua cheia em meio a assembléia, falar de sua visão.
Ele disse que monstros maiores e mais temíveis que nós, despertaram em uma ilha ao sul chamada Aidoneus e que deveríamos levar toda a nossa tribo para combater esse terrível mal.
Não preciso dizer que muito discordaram. Acharam que ele já estava velho e em tempo de deixar o trono.
Já que não estávamos em tempos de guerra, Punho-do-Grande-Fenris o desafiou e venceu, banindo nosso então Rei para a ilha que ele afirmou ser tomada por criaturas da Wyrm.
Presa foi enviado em um pequeno barco com poucas provisões, seu manto e sua fiel companheira Presa-de-Fenris, uma grande adaga forjada em fogo-vivo. Os Theurges diziam que o próprio Fenris a baforou para que o inimigo sentisse ainda mais dor quando ela o cortasse.
Aos poucos ele foi ficando pequeno e sumindo. O último a vê-lo no horizonte foi seu filho, que mais tarde viria a se tornar Rei. Mas isso é outra história.
Meses se passaram e a lembrança do antigo Rei já se perdia, quando uma pequena embarcação foi vista voltando. Era o barco de  Presa-de-Pedra-Caçador-de-Lobos-Negros. Ela estava cheia de cabeças de criaturas que mais tarde chamaríamos de Ogros.
A vergonha tomou conta do novo Rei, que foi deposto pelo Philodox mais antigo. E por fim partimos para a ilha, para combater junto de Presa as tais criaturas.
E é até aqui que posso contar, pois os velhos não falam mais do que houve naqueles tempos. Mas asseguro a vocês que Fenris vive em Aidoneus por um bom motivo.


Fogo-que-Talha-a-Pedra
Cria de Fenris
Galliard - Adren



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cronologia de Baraquias - Arco III

Por Veloz-Como-A-Pena - Galliard - Filho de Gaia 






Ano 400

O Reinado da Sombras já está de pé há mais de 300 anos. Vários reis se ergueram e caíram ao longos desse séculos. Nas Terras Verdes, o último Buinipy morre pelas mãos de um Filho de Gaia. Agora todo o território pertence aos colonizadores Filho de Gaia, Crias de Fenrir e Senhores do Aço.

Anos 401 - 415

Os lobos se unem depois de um longo tempo para por um fim ao Reinado das Sombras. Cada líder começa sua própria guerra em seu território. Assim, reis vão caindo e os lobos começam uma tomada de poder.





Ano 416

Das Terras Geladas chega Daeegon, um Uivador Branco, junto com sua matilha. Grandes guerreiros e conquistadores que atravessaram os mares para combater a Wyrm que crescia sob as patas de seus irmãos. Abençoados pelo Totem do Leão Branco, Daeegon e sua matilha trouxeram atenção para si. Logo assembleias foram convocadas e muitos garous se curvaram diante do lobo branco.

Anos 417 - 500

Daeegon deu seu primeiro grande golpe na Wyrm nos 83 anos em que esteve em Baraquias. Os reis humanos se isolaram no Norte e todo o território ao sul era agora dos Garous. Daeegon morreu de velhice, sendo considerado por muitos como um grande lobo.


Anos 501 - 800

 Os Uivadores são os líderes dos garous agora. Trezentos anos se passam e a Wyrm continua em toda parte nunca morrendo. Assim os descendentes de Daeegon reúnem toda a tribo para buscar o extermínio do mal. Eles finalmente encontram uma entrada para o verdadeiro covil da Wyrm. Eles deixam os Presas de Prata novamente no controle e partem para sua jornada contra a Profanadora! E nesse dia, todos os lobos sentiram o real poder da Corruptora.
O Totem do Leão não existe mais. E muitas luas depois, surge o primeiro Dançarino Negro.



Ano 830

A notícia sobre lobos negros atacando várias regiões começa a se espalhar. Os Garous começam a se preparar para combater esse novo e forte inimigo. Nasce nesse ano a Colmeia do Martelo de Sangue. Muitos filhotes começam a ser sequestrados por todos os lados. Nenhuma tribo está a salvo.



Fim do Arco III
(Leia Arco I e Arco II)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cronologia de Baraquias - Arco II


Por Abigail-Mente-do-Passado - Galliard das Fúrias Negras.



Anos  60 – 80

As tribos são enfim definidas e partem em busca de seus próprios territórios. Nessa busca inicial eles formam Abadir, que tem a maior concentração de Senhores das Sombras e  Uktenas.
Os denominados Garras Vermelhas se opõem a sociedade que está se formando e se isolam dos outros garous.
Os homens solidificam suas conquistas na mesma época em que o líder dos Presas de Prata, Punhos-de-Prata morre. Seu rito de falecimento foi feito em um fim de tarde na cidadela de Queda D’água, um dia antes do dia de seu nome.

Ano 81
 
Um novo líder surge e retoma a luta contra os homens. Seu nome é Misha Voz-da-Guerra um Galliard. Suas palavras mexem com o sentimento de todos, porém não para a mesma direção.
Nasce o primeiro descendente Garou da linhagem de Guilhermo, o primeiro hominídeo da nação garou.

Ano 81 – 85

Misha organiza seus planos para invadir a terra dos homens e recebe o apoio das Fúrias Negras em troca de uma ilha. Os Fiannas e os Senhores do Aço também o apoiam, pois querem aproveitar para aprender mais sobre a cultura dos homens.
Os Senhores das Sombras se opõem aos métodos de Misha e preferem consolidar seus caerns, os Uktenas partilham dessa ideia também.
Os Crias de Fenris partem para o sul junto com os Filhos de Gaia e Roedores do Osso. Assim as tribos começam a se distanciar.

Ano 86 – 93

A guerra de Misha é chamada de a Guerra Do Último Sol. Contudo, ela não vem trazendo vitórias para os lobos e assim ele vem perdendo o respeito dos seus e sua própria sanidade.
A guerra e as discussões constantes geram a Tríade Neutra formada pelos Peregrinos, Filhos de Gaia e Roedores do Osso que preferem não se envolver.

Ano 94

Nasce Kaspar o Reino do Deserto, morada dos Peregrinos liderados pelo Senhor do Sol.










Ano 96

Misha é derrotado pelo Harano e uma grande cortina de sombras se estende em Baraquias. Esse é o inicio do reinado das sombras.

Fim do Arco II