quinta-feira, 29 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE VI


               Enquanto Absur espia seu passado através de suas lembranças, as criaturas de olhos verdes brilhantes saem de todos os lados. Elas saltam das matas, saem do chão e materializam-se ao seu redor.  O Peregrino começa a receber inúmeros ataques, então ele sente o chão se abrindo sob seus pés e começar a devorá-lo.
                De longe, a distinta figura sombria feita de cinzas apenas observa enquanto Amon está sendo dragado pela terra, através dos ataques dos mortos!
                Amon atiça sua fúria, seus olhos quase se tornam vermelhos e ele começa a forçar sua libertação! Suas garras e presas rasgam e laceram tudo que tocam. Então seus músculos se erigissem por um momento, o som de um badalar de sino ecoa nas sombras. A mente de Amon vai até a única palavra que preenche o que esta sentindo: “Anpw”.
                Uma lâmina atravessa o corpo de Amon vindo de suas costas! O peregrino olha com horror para seu ferimento enquanto a vida parece ser drenada de seu corpo. O corte avança e a fenda abre seu peito. Quando a lâmina sai, seu corpo desaba sobre as criaturas que o seguram com força enquanto o puxam para dentro da terra. Amon começa a perder os sentidos e vê a figura daquele que pesa os pecados em seu coração, enquanto gritos de agonia o levam para total escuridão...


- É verdade? Amon está morto?

                Pergunta o espírito de um corvo a uma mulher sentada sob uma pedra cercada de pequenos pontos de luz, que confirma com a cabeça.

- Como ele morreu? Pergunta novamente o espírito do corvo.

                A mulher então se inclina para frente enquanto um sapo pula para se aproximar e dois gatos ronronam afagando a perna da mulher.

- Amon veio em busca de respostas, veio em busca das vozes e sonhos. Aqui ele lutou contra inúmeras sombras. Mas no fim seu coração foi ferido e ele foi levado ao reino inferior.

                - E o que ele fará no reino inferior? Perguntou um dos gatos.
  
- Muitas coisas, ele vai chegar à trilha que leva ao reino da devoradora, encontrará espíritos para serem resgatados e irá vagar na direção do pássaro ardente. Além disso, o destino de Amon é um fardo pesaroso. No final ele terá que fazer suas escolhas.

                O sapo então diz:
- Muitas vidas dependem das escolhas de Amon. Duas vidas estão pendendo e se ele não retornar, não somente elas irão perecer, mas muitas outras.

                Um dos gatos diz ao corvo:
- Acho melhor avisar aos que te servem, pois um deles faz parte dessa conta de dois. Eles devem decidir esperar ou ir atrás deles antes que seja muito tarde.

                O corvo gralha e se lança em vôo indo muito além das nuvens e assim sumindo de vista deixando-os com suas histórias.

terça-feira, 27 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE V


                - Acho que é como dizem. Mesmo na nossa espécie, quando estamos à beira da morte pensamos no começo de tudo.
                Eu nasci em 1823 em uma aldeia chamada Ipet-Sut que significa O Melhor de Todos os Lugares. Ficava localizada próximo ao templo de Amon, também conhecido como O Oculto. Ele é o deus dos ventos.  Infelizmente meu nascimento não trouxe alegria para minha mãe, pois meu pai falecia neste mesmo ano em um desmoronamento, enquanto desenterrava uma estátua da cabeça de Amon.

                Ele foi um engenheiro e explorador e durante um tempo uma figura reconhecida. Mas então, vieram tempos difíceis e assim ele apostou tudo na descoberta dos segredos antigos. E isso o levou de nós.
                Nossa vida desde que eu me lembro foi dura. Vivíamos com quase nada. Eu cresci trabalhando desde cedo nos campos de trigo, depois nas construções, até que um homem apareceu e ofereceu muito dinheiro para minha mãe... Bem, ela nunca me amou... Logo fui vendido ao estranho de pele morena que me colocou em um camelo e me levou da cidade. Eu nunca mais retornei ao meu lar.
                O homem se chamava Radamés, O Escriba de Hélios. Em nossa viajem pelo deserto de Kaspar, ele me contou inúmeras histórias de tempos antigos e grandes heróis. Eu seguia a vida agora fazendo coisas para ele. 
                Uma noite ele me contou a história do povo lobo e eu fiquei fascinado! Em meus sonhos vivi cada palavra contada por ele, até que um rosnado me acordou no meio de uma noite. Fomos surpreendidos por uma tempestade. Nossa barraca já havia voado, então eu o procurei, mas não o encontrei. Ao invés dele, um lobo magro e de olhos brilhantes me encarava, ele rosnava para mim. Meu coração disparou enquanto o vento aumentava e pouco a pouco fomos sendo engolidos.
                Meu corpo foi arremessado pelos ares. A areia e o vento me cortavam em pedaços, até que algo dentro de mim despertou! Uma vontade de viver que ia além dos limites que meu corpo aguentaria. Senti meus ossos quebrando, minha pele se rasgando e depois tudo ficou escuro...
                Acordei com o lobo me desenterrando. Eu estava confuso e apavorado. Logo o lobo falava comigo e eu o entendia. Eu devia ter feito a travessia, estava no Duat... Então ele me falou.

               - Assim como eu caminho em quatro patas, tu também caminharás. Eu sou o Escriba e você filhote, aprenderá a história de sua vida!

                Anos se passaram desde aqueles dias. Eu me tornei um Peregrino, um mensageiro do mau agouro. Mas foi quando estive na presença de outros da minha tribo que me dei conta de nosso papel. Eu participei da tomada de Al-Kharijah, um Oasis que estava sobre a influência das serpentes de Set. Conquistei meu posto de Fostern ao derrotar A Sombra de Farafra em um extraordinário  duelo mental e jogos de adivinhas que levaram doze horas. E tudo isso me levou muito mais além.
                Aprendi a curar o couro e desenvolvi o gosto do meu pai por ser explorador. Vivi um tempo no Oásis de Baharya, me casei, tive uma filha e lhe dei o nome de Kéfera. Mas uma vida normal não é algo para um Peregrino. E quando comecei a ter pesadelos tive que ir até meu mentor. Contei a ele sobre as sombras que me chamavam, sobre um pássaro flamejante que tudo cobria e que sobre uma de suas asas as cidades eram purificadas e na outra Anpw pesava os corações dos homens permitindo ou não que fossem para o Duat.
                Meu mentor disse que havia uma grandeza me esperando, mas que em minha jornada minha alma seria testada, que meu coração seria pesado e só então meu destino me encontraria. Disse-me que deveria partir em busca de esclarecimento e assim eu o fiz, deixando tudo para trás.
                Atravessei cidades em busca de respostas, encontrei matilhas que me acolheram no caminho. Mas nunca fiquei mais que poucas semanas em um mesmo lugar, até chegar à Nova Tronner e começar a escutar o chamado de uma forma que nunca havia escutado antes. 
                Agora eu estou aqui cercado pela morte. Será esse o destino que meu mentor me falara ou esta é a provação de minha alma? Se for assim eu espero que Anpw não demore muito para pesar meu coração, pois nesse momento ele está pesado e tomado pela minha fúria ROOOOAAARRRRHHH!

segunda-feira, 26 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE IV


- Este local fede a morte. A luz de Luna não alcança essas terras. Isto é uma verdadeira Necrópole!

                As palavras de Amon saem de seus pensamentos enquanto ele caminha por entre locais destruídos. Apenas vermes rastejantes saem deles e sibilam enquanto o garou caminha.  Então uma sombra se forma à sua frente! Ela não é nítida, mas tem os contornos de um garou... A sombra que parece compor-se de cinzas, se vira para Amon e dela saem palavras:

- O céu está encoberto, as estrelas obscurecidas. Eu sou o Arauto de Anpw, você caminha em minha direção, mas a sabedoria que busca deve ser merecida.

                A sombra se desfaz deixando ao redor do garou muitos espíritos sedentos por soma.  Eles lembram guerreiros do mundo antigo com suas armaduras quebradas e velhas armas.  O peregrino sabe que lutar não será a melhor estratégia, então ele corre e se lança para dentro de uma das construções que lembra uma velha torre.
                Uma vez lá dentro, ele empurra um velho armário selando a passagem por onde entrara. Infelizmente, ele percebe que não está sozinho e nas sombras a voz rouca de um garou se faz soar:

- Nós caímos no vau dessa batalha há muito tempo, para impedir que o mau se propagasse. De forma alguma posso permitir que algo saia daqui! Eu sinto muito irmão, mas tu morrerás neste local! Eu Cinzas de Arindel, Philodox dos Desbravadores de Herne não permitirei que nosso sacrifício tenha sido em vão!

                O garou translúcido exibindo sua forma crinos sai da escuridão, ela parece com os mortos do lado de fora, seu pêlo é pálido, sua carne é magra e sem vida, seus olhos são buracos negros.  Ela salta no ar rodopiando e desferindo um grande ataque com suas garras vindo de cima!
                O peregrino quase não tem tempo para se esquivar e recebe um leve arranhão em seu rosto, então revida com sua espada cortando o ar em direção ao espírito do bravo garou, ZAP! A lâmina encontra uma cadeira que o seu adversário usa como escudo. Ambos disputam sua força e Arindel o desarma fazendo a arma cair no chão. O peregrino aproveita a brecha no movimento e ataca com toda sua ferocidade, desferido suas garras contra ela!
                Ele ataca primeiro focando as pernas, mas isso foi algo que Arindel facilmente desviou. O que ela não previu, é que o movimento foi apenas um engodo para pegar o fetiche e desferir o verdadeiro golpe! AAARGHHH! Arindel se debruça sobre suas patas e então recebe o golpe final fazendo seu espírito sumir em meio às sombras.
                O som da barricada sendo despedaçada apressa os movimentos do garou que sai por uma passagem entre as pedras de uma das paredes e ao atravessá-la, se depara com um campo de batalha com milhares de corpos, corvos que se alimentam deles, cavalos e guerreiros apodrecidos. No horizonte um cavaleiro caminha arrastando sua espada, apenas para alguns metros depois cair em meio ao rio de sangue.  A sombra que ele vira antes reaparece apontando para além da colinha e em sua mente ele diz:

- Isto é uma lembrança, da garou que acabou de enfrentar. Veja seu último momento. Acho que ela tem algo para você...

                Novamente ele some deixando o garou no campo da morte.  Ele caminha e sobe a colina para ver atrás dela uma carcaça de wyrm trovão dilacerado e centenas de corpos a sua volta. Entre eles uma mulher estica os braços, então Amon corre para ver. É ela, Arindel em seus últimos instantes.

- Você veio me levar? É você que carrega os mortos?

                O Peregrino fica desconsertado e não sabe muito o que dizer, mas sente que deve dar descanso a ela naquele momento. Então ele puxa uma pena de Garça, branca e pura que ele usa em seus ritos fúnebres e passa na testa dela dizendo:

- Você caminhará além do Duat até seus antepassados agora. Não mais precisa lutar aqui!

                Assim que termina de falar, a garou parece ter morrido e todo o lugar se remodela, Amon agora esta em um estábulo, algo que lembra o estábulo da Dona Dálva. Seus passos seguem em direção a casa enquanto olhos brilhantes começam a surgir na escuridão!

sexta-feira, 23 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE III


               O silêncio incomodava Absur. Tendo em vista a escuridão que lhe aguardava, improvisou uma tocha com o fogo vivo que queimava nas escadas.  Sua caminhada é angustiante. Seus pés parecem tocar uma camada fina de água e através das chamas ele percebe que o chão é liso e frio. Então ele se vê caminhando abaixo dos próprios pés, como uma sombra pálida acinzentada.
                O mero vislumbre de sua forma o carrega por entre as trilhas mais distantes do umbral e Amon se vê em meio a um vale cheio de pessoas enforcadas ainda se debatendo, penduradas em grandes árvores mortas e retorcidas.  A chama em sua tocha se extinguiu, o ar é frio. O garou percebe que seus pelos ganham fios embranquecidos e que em meio a agonia dos que estão condenados a danação, ele caminha livre.

- Onde estou? Como fui parar tão longe, quase não sinto o mundo... Será que...

                A suspeita de onde possa estar trás uma grande preocupação ao garou, que caminha com dificuldade devido ao ferimento em sua perna.  Ele vagueia pelo local e descobre estar em uma pequena ilha e que nela apenas os condenados vivem. Contudo, em uma das pontas ele acha um barco velho, não muito confiável, mas é a única coisa que ele pode usar para sair dali.
                A pergunta que rodeia sua mente é pra onde ir. Mas ele logo percebe que não muito distante esta um grande porto, o Porto da cidade de Nova Tronner.

- Maldição, essa não é a umbra rasa e nem tão pouco a umbra profunda. Que Anpw me proteja e Sebek me dê forças.

                O peregrino sobe no barco, começa a puxar os remos e logo fica evidente que há fissuras nele. A água começa a entrar e o garou não pode ir mais rápido se não corre o risco dos remos não aguentarem.  E de repente, BUUUMMM. Algo toca no barco pela sua esquerda. BUUUMMM, pela sua direita e o som da morte começa a ecoar. Centenas de mortos estão tentando virar a embarcação.  O garou sente um frio na espinha, mas logo acerta um com um dos remos que afunda, enquanto o outro e puxado de suas mãos caindo na água negra. 

                Aqueles braços brancos e sem vida, se decompondo para fora da água como algas marinhas feitas de mortos. Nadar não é uma opção e o tempo começa a correr contra o peregrino.
                Tomado pelo pavor, o ragabash tem que pensar rápido se quiser sobreviver a isso! Então ele puxa uma pena de coruja presa em seu cordão (o mesmo que carregava as pedras).  E diz o mais rápido que pode quase como uma oração.

- Minha amiga, sei que a muito não lhe trago alegria ou mesmo comida. Mas eu preciso muito de você agora! Lembre daquela ninhada que salvei há dois anos, tu me disse que quando eu precisasse poderia lhe chamar... Eu preciso agora, por favor, POR FAVOR!
                Um dos mortos consegue subir. Seu corpo putrefato caminha em direção ao garou que se prepara para cair, quando uma coruja grande e marrom passa por sua cabeça. Então asas aparecem no peregrino que pode voar dali até o cais em segurança.
                Ao chegar entre os barcos ele conversa com a grande coruja marrom. Ela tem penas escuras e olhos esverdeados cintilante.

               - A onde eu estou? Amon pergunta.

               -Você caminhou para o mundo inferior, a terra das sombras lar dos mortos. Precisa voltar para casa.

                - Não posso ainda, estou onde devia estar, apesar de não poder dizer que isso é algo bom, estou perto de completar minha busca.

                - O que busca apenas lhe trará dor e sofrimento.

                 - Eu estou disposto a pagar o preço. Mas, se puder pedir apenas mais uma coisa a você ficaria grato e lhe devendo um grande favor.

                - O que quer garou?

                - Me permita voar para fora daqui quando eu completar minha missão.

                A coruja torce seu pescoço e arranca uma pena de seu corpo, entregando ao peregrino dizendo: - Quando estiver pronto, solte essa pena no ar e lhe darei asas mais uma vez, contudo só voltarei a você quando cumprir com suas obrigações para comigo.
                Amon assentiu com a cabeça e agradeceu. A coruja logo alçou vôo e sumiu em meio à escuridão. O peregrino começa a caminha na terra dos mortos, um lugar escuro e sombrio. Uma visão do que será o fim do mundo.

quinta-feira, 22 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE II


               A mente de Amon pairava no limiar das incertezas, a escuridão era densa quase palpável, seus olhos estavam se esforçando muito para se adaptar. Onde estou ele pensava, então pontos de luz vindos do fogo em uma espécie de escada de pedra se acenderam e as vozes chegaram até ele perguntando:


- Tu não estás morto! És indigno de entrar no Duat!  Retorne... Agora!
                - Ele mancha nossa honra, ele cheira a corrupção.  Devemos jogá-lo a Sebek para que ele possa devorar sua alma!

                Havia guardas armados com trajes de Anpw em um local com tapetes, velas, cerâmicas cheias de frutas, vinho e por trás de tudo uma passagem pequena que seria a continuação do caminho de Amon.
                O Peregrino sabe que para continuar, a dança da guerra irá começar. Ele se lembra de todos os seus embates contra seus irmãos garous, treinando e aperfeiçoando sua técnica com espada. Então ele trás para o combate o Devoto de Anpw  (Devotee of Anpw), um fetiche temido pelos espíritos, pois ele tem a capacidade de extirpar facilmente suas essências.
                Os quatro espíritos guardiões se lançam contra o garou que se move rápido para trás do primeiro virando o corpo do mesmo para que recebesse o ataque de um dos companheiros.  Em seguida ele ataca o terceiro usando as duas mãos lhe cortando a mascara e o rosto por trás dela.
                Infelizmente sua retaguarda fica desprotegida e a lança de um deles atravessa sua perna! O garou grita! HAAARRRGGG, e parte para um contra ataque ROAARRRRR!!!!
                Ele salta cravando sua lamina no peito de segundo guerreiro fazendo sua fúria borbulhar em seu coração e a puxa rápido para cortar o quarto oponente quase ao meio! Enfim, silêncio.
                Amon Absur retira parte da ponta da lança que estava em sua perna, à ferida é feia, mas não é fatal. Ele investiga o lugar, contudo não encontra nada de valor. Assim ele segue pela passagem continuando a sua jornada!

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE I

                Absur vai até as docas no inicio da manhã.  Ele paga a um barqueiro para que o leve para o mais próximo possível do meio do lago. Enquanto o barqueiro conduz sua pequena balsa, o Peregrino medita e agradece pela luz do dia. Ele oferece um pouco de terra e folhas que solta no ar para os Deuses Antigos de Kaspar.
                A brisa fresca e o som doce das águas do rio são reconfortantes. Então quando o sol finalmente se mostra por completo eles chegam.

- Aqui bom homem, você pode voltar daqui eu vou nadar um pouco.

                O homem se espanta, pois estão muito longe, contudo em dias difíceis ele não pode se dar ao luxo de fazer questionamentos.  Assim aceita o dinheiro enquanto o homem de pele morena se joga na água. Shuuuuuaaaa!  
                Absur fica na superfície da água por alguns instantes, então respira fundo e mergulha buscando o fundo do lago. A luz aos poucos vai sumindo. Sentindo a pressão, o garou se transforma e assume sua forma de batalha mais forte e pesada o que ajuda a chegar. O fundo é cheio de algas e pedras gigantes que remontam as construções perdidas dos tempos medievais.
                O garou então se concentra. Seu corpo envolto de água e escuridão e em sua mente ele recita: - que os deuses me permitam entrar em sua morada, que Anúbis me deixe caminhar em meio à escuridão abrindo a porta para a terra das almas! Do fundo emerge entra a areia um portal negro como um rasgo na película, por onde o garou passa para enfim sair na umbra.
                Ao atravessar ele se encontra na cratera um lugar sombrio onde outrora foi o palco de uma grande batalha. Ali ele é abordado pelos espíritos de Roy, James e Simone. Roy lhe dá as boas vindas e lhe mostra a direção.
                O ragabash está curioso com a descoberta de seus amigos espíritos que o levam por entre ruínas do que parecia ser um forte ou uma torre. Eles avançam juntos enquanto águas vivas flutuam no ar e serpentes marinhas espreitam na escuridão.
                - É aqui! Comenta Roy apontando para grande porta de pedra com mais de 12m intacta em meio aos escombros. E na sua frente inscrições antigas do seu povo.  O garou se abaixa ainda incrédulo do achado. Simone está feliz, pois finalmente eles acharam algo bom para seu amigo.  Amon se curva no chão e escorrendo sua energia através do toque, ele circunda as inscrições no que se acendem em um tom alaranjado. James pergunta o que está escrito e a resposta de Amon é cheia de felicidade ao passar seus três dedos no meio fazendo riscos de luz – “que encontramos a sabedoria de muitas vidas antes da minha”.
                As portas começam a se abrir e um vento espectral passa pelos espíritos. Então outros símbolos ficam brilhantes como o sol e os três espíritos ficam assustados. Mas Amon diz:

- Eu vou lembrar-me de vocês por muito tempo, adeus meus amigos. Daqui eu sigo sozinho em minha jornada...

                O garou puxa um cordão em seu pescoço com três pedras penduradas.  Ele então as esmaga entre suas garras e os espíritos começam a sumir. Eles estão livres. O garou olha para escuridão e começa a caminhar para o desconhecido.