segunda-feira, 26 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE IV


- Este local fede a morte. A luz de Luna não alcança essas terras. Isto é uma verdadeira Necrópole!

                As palavras de Amon saem de seus pensamentos enquanto ele caminha por entre locais destruídos. Apenas vermes rastejantes saem deles e sibilam enquanto o garou caminha.  Então uma sombra se forma à sua frente! Ela não é nítida, mas tem os contornos de um garou... A sombra que parece compor-se de cinzas, se vira para Amon e dela saem palavras:

- O céu está encoberto, as estrelas obscurecidas. Eu sou o Arauto de Anpw, você caminha em minha direção, mas a sabedoria que busca deve ser merecida.

                A sombra se desfaz deixando ao redor do garou muitos espíritos sedentos por soma.  Eles lembram guerreiros do mundo antigo com suas armaduras quebradas e velhas armas.  O peregrino sabe que lutar não será a melhor estratégia, então ele corre e se lança para dentro de uma das construções que lembra uma velha torre.
                Uma vez lá dentro, ele empurra um velho armário selando a passagem por onde entrara. Infelizmente, ele percebe que não está sozinho e nas sombras a voz rouca de um garou se faz soar:

- Nós caímos no vau dessa batalha há muito tempo, para impedir que o mau se propagasse. De forma alguma posso permitir que algo saia daqui! Eu sinto muito irmão, mas tu morrerás neste local! Eu Cinzas de Arindel, Philodox dos Desbravadores de Herne não permitirei que nosso sacrifício tenha sido em vão!

                O garou translúcido exibindo sua forma crinos sai da escuridão, ela parece com os mortos do lado de fora, seu pêlo é pálido, sua carne é magra e sem vida, seus olhos são buracos negros.  Ela salta no ar rodopiando e desferindo um grande ataque com suas garras vindo de cima!
                O peregrino quase não tem tempo para se esquivar e recebe um leve arranhão em seu rosto, então revida com sua espada cortando o ar em direção ao espírito do bravo garou, ZAP! A lâmina encontra uma cadeira que o seu adversário usa como escudo. Ambos disputam sua força e Arindel o desarma fazendo a arma cair no chão. O peregrino aproveita a brecha no movimento e ataca com toda sua ferocidade, desferido suas garras contra ela!
                Ele ataca primeiro focando as pernas, mas isso foi algo que Arindel facilmente desviou. O que ela não previu, é que o movimento foi apenas um engodo para pegar o fetiche e desferir o verdadeiro golpe! AAARGHHH! Arindel se debruça sobre suas patas e então recebe o golpe final fazendo seu espírito sumir em meio às sombras.
                O som da barricada sendo despedaçada apressa os movimentos do garou que sai por uma passagem entre as pedras de uma das paredes e ao atravessá-la, se depara com um campo de batalha com milhares de corpos, corvos que se alimentam deles, cavalos e guerreiros apodrecidos. No horizonte um cavaleiro caminha arrastando sua espada, apenas para alguns metros depois cair em meio ao rio de sangue.  A sombra que ele vira antes reaparece apontando para além da colinha e em sua mente ele diz:

- Isto é uma lembrança, da garou que acabou de enfrentar. Veja seu último momento. Acho que ela tem algo para você...

                Novamente ele some deixando o garou no campo da morte.  Ele caminha e sobe a colina para ver atrás dela uma carcaça de wyrm trovão dilacerado e centenas de corpos a sua volta. Entre eles uma mulher estica os braços, então Amon corre para ver. É ela, Arindel em seus últimos instantes.

- Você veio me levar? É você que carrega os mortos?

                O Peregrino fica desconsertado e não sabe muito o que dizer, mas sente que deve dar descanso a ela naquele momento. Então ele puxa uma pena de Garça, branca e pura que ele usa em seus ritos fúnebres e passa na testa dela dizendo:

- Você caminhará além do Duat até seus antepassados agora. Não mais precisa lutar aqui!

                Assim que termina de falar, a garou parece ter morrido e todo o lugar se remodela, Amon agora esta em um estábulo, algo que lembra o estábulo da Dona Dálva. Seus passos seguem em direção a casa enquanto olhos brilhantes começam a surgir na escuridão!

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