quinta-feira, 22 de março de 2018

AS CRÔNICAS DE AMON ABSUR | PARTE I

                Absur vai até as docas no inicio da manhã.  Ele paga a um barqueiro para que o leve para o mais próximo possível do meio do lago. Enquanto o barqueiro conduz sua pequena balsa, o Peregrino medita e agradece pela luz do dia. Ele oferece um pouco de terra e folhas que solta no ar para os Deuses Antigos de Kaspar.
                A brisa fresca e o som doce das águas do rio são reconfortantes. Então quando o sol finalmente se mostra por completo eles chegam.

- Aqui bom homem, você pode voltar daqui eu vou nadar um pouco.

                O homem se espanta, pois estão muito longe, contudo em dias difíceis ele não pode se dar ao luxo de fazer questionamentos.  Assim aceita o dinheiro enquanto o homem de pele morena se joga na água. Shuuuuuaaaa!  
                Absur fica na superfície da água por alguns instantes, então respira fundo e mergulha buscando o fundo do lago. A luz aos poucos vai sumindo. Sentindo a pressão, o garou se transforma e assume sua forma de batalha mais forte e pesada o que ajuda a chegar. O fundo é cheio de algas e pedras gigantes que remontam as construções perdidas dos tempos medievais.
                O garou então se concentra. Seu corpo envolto de água e escuridão e em sua mente ele recita: - que os deuses me permitam entrar em sua morada, que Anúbis me deixe caminhar em meio à escuridão abrindo a porta para a terra das almas! Do fundo emerge entra a areia um portal negro como um rasgo na película, por onde o garou passa para enfim sair na umbra.
                Ao atravessar ele se encontra na cratera um lugar sombrio onde outrora foi o palco de uma grande batalha. Ali ele é abordado pelos espíritos de Roy, James e Simone. Roy lhe dá as boas vindas e lhe mostra a direção.
                O ragabash está curioso com a descoberta de seus amigos espíritos que o levam por entre ruínas do que parecia ser um forte ou uma torre. Eles avançam juntos enquanto águas vivas flutuam no ar e serpentes marinhas espreitam na escuridão.
                - É aqui! Comenta Roy apontando para grande porta de pedra com mais de 12m intacta em meio aos escombros. E na sua frente inscrições antigas do seu povo.  O garou se abaixa ainda incrédulo do achado. Simone está feliz, pois finalmente eles acharam algo bom para seu amigo.  Amon se curva no chão e escorrendo sua energia através do toque, ele circunda as inscrições no que se acendem em um tom alaranjado. James pergunta o que está escrito e a resposta de Amon é cheia de felicidade ao passar seus três dedos no meio fazendo riscos de luz – “que encontramos a sabedoria de muitas vidas antes da minha”.
                As portas começam a se abrir e um vento espectral passa pelos espíritos. Então outros símbolos ficam brilhantes como o sol e os três espíritos ficam assustados. Mas Amon diz:

- Eu vou lembrar-me de vocês por muito tempo, adeus meus amigos. Daqui eu sigo sozinho em minha jornada...

                O garou puxa um cordão em seu pescoço com três pedras penduradas.  Ele então as esmaga entre suas garras e os espíritos começam a sumir. Eles estão livres. O garou olha para escuridão e começa a caminhar para o desconhecido.  

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