Quando
Presa-Vingativa finalmente voltou a si se deu conta do local terrível em que
estava, o ar fedia a excrementos, seus pés afundados em uma lama cinza e lodosa
e centenas de crânios e sua volta. A Ahroun
se mantinha firme, mesmo tendo seu corpo rodeado por arame farpado que lhe
feriam profundamente enquanto tentava se soltar. A adrem tentava se lembra os caminhos que a
levaram para aquela situação infeliz e aos poucos ela lembrou.
Ela caçava um maldito na umbra
com sua matilha e quando seu theurge foi ferido ela foi possuída por uma ira
primordial que arrastou para longe de seus irmãos e irmãs. Aquilo, aquilo foi
uma armadilha e agora ela sabe, Presa-Vingativa se sente estúpida por ter se
colocado em tal situação. Mas onde ela está?
Ao fundo de sua visão encoberta
pela fumaça ela vê colinas feitas de carne, pilhas de estrume, onde pequenos
seres parecem se banquetear.
- Você acordou criatura? – A voz
era baixa e abafada. Ela vinha de uma figura estranha e alta. Sua pele era pálida
e prateada e suas mãos tinham longos e finos dedos como garras.
-Me
liberte espírito ou eu a partirei em duas! – Urrou a garou.
-Me poupe de suas ameaças
lobisomem, está presa na Muralha de Arame. E irá funcionar como um lembrete
vivo de dor e sofrimento.
- Ficará aqui assistindo a dor,
vivendo da dor, mas se quiser voltar para casa eu posso permitir. Basta tomar o
lugar de uma dessas almas que estão sendo torturadas?
A garou olhou assustada para o espírito,
mas viu ali uma chance de se soltar e atacá-lo então respondeu: “Eu aceito, me tire daqui!”.
O espírito a retirou dos arames
apenas com um gesto de mãos. A garou então pensou que poderia se mover, mas
suas patas estavam presas no lodo. Seu coração entoou em uma crescente de pavor
quando outro espírito se aproximou. Ele era gordo, cheio de pus saindo de seus
olhos, sua boca cheia de presas e em suas mãos uma faca. O instrumento que foi
usado para remover toda a pele da Ahroun, pedaço por pedaço.
Quando finalmente ela estava sem
pele, apenas com seus músculos expostos é que o espírito abriu seu crânio para
se alimentar de seu cérebro. Assim Presas-Vingativas morreu no reino das
atrocidades.
Quando acordou a adrem estava
junto com sua matilha, viva, mas não conseguia mais dormir direito e a dor era
algo presente em sua vida. A ahroun vive no limite de sua fúria se tornando impossível
ter uma vida junto aos humanos, isso lhe foi roubado pelos espíritos do reino
das atrocidades. Assim Presas-Vingativas
começou a estudar passando seus dias dentro da seita e aprendendo cosmologia,
sobre a umbra e sobre os reinos a fim de um dia destruir os espíritos que
fizeram isso com ela.
Dessa forma ela acredita que
poderá retornar ao seu estado de sanidade e paz. Ao menos o suficiente para ter
uma boa noite de sono novamente. Andarilho-das-Nuvens-de Trovão um senhor das sombras theurge adren da matilha de
Presas fala:
- No fim o mundo espiritual e um
intrincado de passagens que nos levam a lutar por nossas almas. Isso foi o que
Joanna Ermit Krauser aprendeu em sua jornada. Agora como matilha, vamos ajudá-la
a superar seu infortúnio.
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