Um conto de Mergery Bacon.
- Bem, você
parece ter boas histórias Crab. Eu gosto disso. Nossa! Suas viagens me roubam o
ar... Mas deixe eu te contar uma das minhas agora... Silvia traga uma cerveja
das grandes, feche a porta e acenda a lareira, por favor.
Era uma noite
como outra qualquer. Crab está na cidade há mais ou menos dois meses, mas essa
é a primeira vez que vai ouvir uma história de Mergery. Uma Galliard como ela,
contudo, mais velha, que leva o nome de honra de A-Que-Elege-Os-Mortos e uma
fostern. Quando Silvia trás a cerveja e
o silêncio da madrugada se abete sobre elas, Mergery começa a conta sua
história:
Foi um
inverno intenso, a casa estava cheia e curiosamente muitas mulheres estavam
dando a luz. Transformamos uns dos quartos em uma maternidade a fim de deixá-las
confortáveis. As mães eram meninas pobres e abusadas pela praga do homem. Mesmo
assim, a vinda de uma vida é importante principalmente quando uma parente
estava entre elas. Seu nome era Lorena, tinhas a pele branca e delicada e olhos
verdes. Seu pai era um abusador e cogitamos que o filho era dele, mesmo ela
nunca tendo confirmado.
Claro que
demos cabo dele. Os coiotes se alimentaram de suas bolas e os corvos de seus
olhos... Silvia pigarreou e disse –
volte à história Mergery.
A Galliard olhou para a cliath, respirou
fundo e continuou. O parto de Lorena não foi fácil. Temos muitas meninas
que sabem como conduzir um parto, mas naquela noite a neve cobria tudo, o vento
cortava e congelava e precisávamos de um doutor. Silvia foi a responsável por
ir atrás de um médico, mas já era tarde.
Eu estava com
Vanda no caern quando aconteceu. Lembro dos olhos de Silvia chegando e dizendo
que algo não ia nada bem, assim voltamos para casa.
Lembro das
palavras de Silvia dizendo que os espíritos estavam inquietos e isso era um mau
presságio! Com certeza era! Quando
chegamos, uma das parteiras tinha se transformado em um fomori. Era horrível e com
garras longas, ela havia estourado o corpo da mulher e segurava o bebê de
Lorena nos braços... Mas antes que eu pudesse atacar, um estrondo me
desorientou: Anna disparava com seu rifle Hawken. A criatura soltou a criança e
guinchou. Estava furiosa e nós também!
Minha amiga
estava morta e tínhamos que ao menos salvar a pequena centelha de vida que
restava dela! Atacamos juntas, uma após a outra, até que Vanda a cercou pelas
costas e indo para sua forma glabro rasgou a criatura lhe retirando a coluna de
uma só vez! O verme cambaleou em direção ao chão e nós dilaceramos o resto...
Mas ali estava à situação: Lorena morreu, a parteira também e o bebê estava
pálido e fraco.
Silvia o
levou para o quarto e ao sair no corredor as meninas estavam com olhos
esbugalhados, mas não dissemos nada. Apenas Anna as comandava para que
voltassem aos seus quartos e assim aquela noite se foi.
No outro dia
tivemos que resolver tudo. Falar com a seita, enterrar Lorena e ficar de
prontidão, pois a criatura estava por aí, perambulando pelo reino dos espíritos.
No fim da tarde estávamos decidindo ir para umbra, quando ouvimos o som alto
como um berro. O som nos conduziu até o quarto dos recém nascidos e nossos
corações ficaram pequenos.
Confesso: um
pavor se abateu sobre mim, minhas pernas ficaram pesadas e meu peito perdia
todo o ar! Quando chegamos perto do quarto, Silvia sussurrou: Wyrm!
Anna
entendendo que a batalha seria ainda mais sangrenta tirou todas de lá, ficando
apenas eu, Vanda e Silvia. Quando a casa ficou vazia assumimos nossa glabro e
pegamos nossas armas. Mas nada no mundo nos prepararia para o que estava por
vir...
Do pequeno
berço do filho de Lorena saiam tentáculos negros que estavam presos as outras
crianças, ele as devorava todas ao mesmo tempo! Nossa fúria tomou conta de
nossos corações e começamos a atacar os tentáculos, então o bebê agora com a
pele cinza e olhos negros, flutuou e começou a arremessar as crianças mortas em
nossa direção. Vanda saltou com lágrimas em seus olhos, enquanto tentávamos protegê-la
dos tentáculos. Ela cravou suas garras na cabeça do pequeno e a retirou! Mas,
isso não foi suficiente, pois um gás negro começou a sair dele. Estávamos sufocando
rápido, Vanda, nossa alpha então desferiu mais um golpe agora em seu pequeno
peito e arrancou dele um coração negro cheio de tentáculos, um ser diabólico como
um organismo vivo.
Aquele
pequeno coração queria se alimentar, ficar forte. Contra ele tentamos de tudo: fogo,
purificação, água, balas e nada matou o bastardo! Então Anna teve uma idéia: deveríamos
prende-lo. Assim conseguimos uma caixa de bronze e prendemos a criatura lá dentro
de onde ainda hoje se pode ouvir a batida daquele coração negro!
- Onde esse
coração está, você me pergunta. Rs, hoje a noite quando formos para a assembléia
eu te mostro. Isso mesmo! Ele está na seita, em nosso salão de armas. Melhor lá
do que em qualquer outro lugar.
Bem mas não é
só isso, todas nós sofremos muito. Tivemos que falar que uma epidemia se
alastrou sobre os recém nascidos e isso os levou a morte. E para não
esquecermos que as pequenas centelhas de vida precisam ser vigiadas
constantemente, nós tatuamos isso aqui. A galliard exibe uma tatuagem com o glifo de
sacrifício próximo ao seu peito enquanto Silvia exibe na perna.
- Então
fique sempre vigilante Crab, pois o mal pode se esconder até no mais puro dos
corações e trazer o horror para esse mundo.
nossa....lindo conto....lindo mesmo....parabéns.....
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